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GRUPO DE TEATRO ACAZÔ

Fundado no ano de 2010, a partir do trabalho dos atores-bailarinos Waquila Correia e Junior Garcia, com o propósito de popularizar a arte - inserir a comunidade em oficinas de iniciação artística, preparar novos adeptos, formar plateia, instigar o senso crítico, despertar a consciência corporal e incentivar a formação de novas companhias de teatro e dança.
Montamos oficinas preparatórias e convocamos alunos da comunidade, que até então nunca haviam tido contato com modalidades de teatro e dança, o processo pedagógico se pautava em estudos de corpo, voz e dramaturgia. No decorrer das oficinas, percebíamos que os participantes chegavam aos ensaios com seus corpos comuns, sedentários e cheios de tensões. Compreendemos que essa formatação corporal, poderia ser aproveitada em um experimento artístico, ocasionando a hiperbolização do movimento cotidiano, de modo que o corpo não se moldasse em regras tradicionais de dança.


Desenvolvemos desde então a pesquisa de um novo gênero de movimento que utiliza a base contemporânea, a relação de queda e recuperação, o grotesco, a dança afro e princípios teatrais - como a utilização da máscara, sonorizações e constituição de personagens não-lineares. Com o sucesso das oficinas, consolidamos a formação da COMPANHIA DE TEATRO E DANÇA ACAZÔ, com um grupo multidisciplinar, composto por oficineiros, atores-bailarinos, filósofos, fotógrafos, etc.



Influências

A Dança Contemporânea surge em um contexto de transgressão como forma de resistência e protesto em relação à cultura clássica. Não possuindo muitas técnicas pré-definidas que determinem mecanicamente gestos e passos, nos permite criar movimentos mais livres que consideram o fluir do corpo e a experimentação. Podemos também, transformar elementos coletados do cotidiano como o som de pés batendo no chão, soluços, bocejos e balbucios, em repertório. Trabalhando com uma perspectiva de corpos multiculturais, com várias referências e vivências distintas, não temos que nos preocupar com um protótipo ideal de corpo para os nossos atores-bailarinos.
A Queda Livre é composta pelo desequilíbrio, hiperextensão dos músculos e inexistência do medo, descompondo a estrutura cotidiana e desafiando a gravidade. Na recuperação expelimos o corpo da gravidade, experimentando sustentações e utilizando a força muscular e articulações, quase sempre terminados em uma nova queda. A Mascara cotidianamente é utilizada em diversos momentos, o que o ACAZÔ faz é exagera-la e ressignifica-la, desconstruindo a mascara neutra.


Utilizamos a Dança Afro cuja origem remete a composição de antigas religiões africanas. No Brasil, a diversidade de ritmos se relaciona com o processo de miscigenação que fez parte da formação de nossa identidade cultural.

É composta por torções do tronco, evidenciando as articulações dos membros, trazendo consigo a batida percussiva que se relaciona com a historicidade negra na luta por igualdade social.
O Grotesco foi durante muito tempo um estilo marginal; enquanto valor estético é a crítica efetiva de uma noção reacionária de gosto. Em seu sentido alargado, passa a referir-se a caracterizações que se pautam pelo exagero, pela profusão e excesso. O utilizamos de modo a causar um tipo deformação da realidade representada, com uma intencionalidade satírica.


Atualmente, trabalhamos com Temas Políticos, pois compreendemos a arte como uma ferramenta fundamental no sentido de formar sujeitos críticos e conscientes através da explicitação dos processos de alienação e desumanização, que permeiam nossa vivencia em sociedade; também dos sentimentos que derivam disso, como a angústia da existência, a neurose, e mesmo a própria loucura. O engajamento da arte nos é bastante caro pois cumpre o papel fundamental de denunciar e alertar para processos que podem se demonstrar irreversíveis; abre inclusive a possibilidade de mudança da realidade que está posta.


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